Fundação do Grande Oriente de São Paulo
- ARLS Amor e Caridade

- 6 de nov.
- 8 min de leitura
AS CISÕES NO GRANDE ORIENTE DO BRASIL
E O RITO ADONHIRAMITA
A Fundação do Grande Oriente de São Paulo - GOSP
Surge em 1893 um grupo de lojas lideradas por Dr. Martim Francisco Ribeiro de Andrada III, insatisfeitas com o resultado da fusão dos dois grande orientes, desejando independência e autonomia da maçonaria paulista desde 1883, resolveram então, fazer uma nova cisão, criando assim, em 28/05/1893, um novo corpo maçônico, autônomo, independente, simplesmente denominado de GOSP - GRANDE ORIENTE DE SÃO PAULO (1993-1901). Foram diversas lojas que idealizaram a fundação da nova corporação maçônica, dentre elas, os meios de comunicação da época destacam: a Loja América; Loja Harmonia e Caridade; Loja Itália; Loja Roma, Loja Sete de Setembro: Loja União Paulista, e; Loja 20 de Setembro. Na mesma data foi fundada a Loja Maçônica 28 de Maio, no Rito Moderno. Nos meses seguintes outras lojas foram fundadas e/ou filiadas ao GOSP. Todas as lojas subordinada ao GOSP praticavam o REAA, enfraquecendo substancialmente o Rito Adonhiramita.
O primeiro Grão-Mestre nomeado para dirigir o GOSP foi o Dr. Martins Francisco Ribeiro de Andrada, tendo como 1º e 2º Grandes Vigilantes, Grande Orador, Grande Secretario, respectivamente: Dr. Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva; Dr. Gerônimo Couto; Dr. Lambert César Andreini; Dr. Geraldo Ribas.
Através do Decreto 119, de 22 de junho de 1894, o Grande Oriente do Brasil suspendeu os direitos das Lojas e seus membros que fundaram o GOSP, expulsando-as perpetuamente da potência.
Inspirado pela maçonaria paulista, entre o periodo de 1894-1901, ocorreram outras cisões nos estados de Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, seguindo o modelo do GOSP.
Conforme relatavam os jornais da época, houve uma tentativa de unificação do GOB e GOSP em 1897, mais sem sucesso. No mesmo ano, as Lojas América e Itália romperam com GOSP retornando para o GOB.
Nesta mesma época, o GOSP fundou um novo supremo conselho independente federado ao Supremo Conselho Italiano, com sede em Nápoles.
Graças a persistência, o carisma e liderança do Grão-Mestres Quintino Antônio Ferreira de Sousa Bocaiuva, seguido de Lauro Nina Sodré e Silva, em 1901, a fusão do GOSP e GOB se concretiza, quando da alteração da constituição do GOB e criação e instalação das potências estaduais.
O Grande Oriente de São Paulo passou a ser potência estadual federada oa Grande Oriente do Brasil.
A maçonaria Paulista floresceu durante cinco longos anos sem nenhuma cisão ou conturbação partidaria no seio do Grande Oriente do Brasil. Infelismente, a partir de 1906 surge surge outras ciões em São Paulo.
A Fundação do Grande Oriente Independente Paulista
As lojas "Sadi Carnot (Piratininga)", "Germinal" (Piratininga), "Humanitas" (Piratininga), "Rio Branco II" (São José dos Campos) fundaram em 1903 (Diário da Tarde, Ano 1903 Edição 01279) uma nova potência simbólica estadual independente, simplesmente denominada de GOIP - GRANDE ORIENTE INDEPENDENTE PAULISTA (1903-1919), sendo incorporada ao projeto em 1908, a Loja Maçônica "Amor e Caridade nº 313", que estava adormecida desde 1887 (extinção do Grande Oriente Brasileiro). Nos anos seguintes outras lojas foram sendo incorporadas ao GOIP. A nova potência foi instalada pelo Grande Oriente do Rio Grande do Sul, tendo como seu primeiro Grão Mestre, o Coronel Antonio de Carmo Branco.
Com a posse do Grão-Mestre Nilo Procópio Peçanha, as lojas dessa potência foram sendo incorporadas no GOESP - Grande Oriente Estadual de São Paulo (resultado da fusão do GOSP e GOB em 1901). Em 1919 o GOIP foi definitivamente extinto e suas lojas incorporadas ao GOB e outras adormeceram. Todas as lojas do GOIP trabalhavam no REAA enfraquecendo substancialmente o Rito Adonhiramita.
A Fundação do Grande Oriente Autônomo
de São Paulo
Precisamente em 09/01/1916, as lojas italianas independentes "Libertas", "Fratellanza Universale", "Giustizia" e "Giuseppe Mazzini" fundaram uma nova potência simbólica no Estado de São Paulo, denominado de GOASP - "GRANDE ORIENTE AUTÔNOMO DE SÃO PAULO (1916-1922), sendo incorporada ao projeto, a Loja Maçônica "Lavouro Fratellanza (Cravinhos). Foi aclamado como Grão-Mestre, o Prof. Dr. Arthur Guaniery, tendo como Grão-Mestre Adjunto, o Dr. Antônio Piccarollo, ambos italianos.
A partir desse momento passou a existir no Estado de São Paulo as seguintes potências: a) GOASP - Grande Oriente Autônomo de São Paulo, com sede a Rua José Bonifácio, 39; b) GOIP - Grande Oriente Independente Paulista, com sede a Rua Luiz Gama, 137; c) GOESP - Grande Oriente Estadual de São Paulo (GOB), com sede a Rua Tabatinguera, 74.
Todas as lojas maçônicas do GOASP eram formadas por imigrantes Italianos e seus descendentes. Essa potência se dedicou intensamente as causas operárias e ao socorro mútuo dos afetados pela gripe espanhola. Tinha como lema e bandeira: "O Amor e a Fraternidade". No momento em que o Brasil enfrentava a Gripe Espanhola, o GOASP transformou suas instalações em prontos socorros para atender a população. Essa potência tinha relações fraternais com o Grande Oriente de Itália. - GOI
Com a renuncia em 1921 do Prof. Dr. Artur Guaniery, ao cargo de Grão-Mestre, as lojas do GOASP passaram a aderir o GOESP - Grande Oriente Estadual de São Paulo (antigo GOSP), levando a potência a extinção. As Lojas Francisco Ferrer (São Paulo) e Águia Negra (Espirito Santo do Pinhal), logo após a posse do Grão-Mestre Mário Marinho de Carvalho Behring, retornaram para a federação. Todas as lojas do GOASP trabalhavam no REAA enfraquecendo substancialmente o Rito Adonhiramita.
A Fundação das Grandes Lojas Simbólicas Brasileiras
Otávio Kelly, eleito em 1927 ao cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, declarou que assumiria o alto posto do Supremo Conselho. sem saber das intenções de Behring, marcou uma reunião de seu Conselho Geral da Ordem para o dia 20/06/1927. Alguns dias antes, precisamente em 17/06/1927, na calada da noite, Mário Behring realizou uma reunião extraordinária do Supremo Conselho tomando decisões importantes como as de expedir Cartas Constitutivas para fundação das Grandes Lojas simbolicas que estavam sendo criadas nos estados da federação brasileira. Como segunda medida, entre outras decisões tomadas naquela célebre reunião, foi a de romper relações com o Grande Oriente do Brasil. Na oportunidade foi declinado que o Soberano Comendador seria elegível pelos membros efetivos e que o Grão-Mestre não necessariamente deveria ter graus além de Mestre Maçom.
Quando o Grão-Mestre Otávio Kelly realizou a reunião do Grande Oriente do Brasil em 02/07/1927, (segunda-feira), a separação definitiva dos graus simbólicos e filosóficos já estava decidida pelo Supremo Conselho de Behring seguindo o modelo dos Estados Unidos. O Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil ficou completamente desnorteado pela decisão tomada por Behring e seus seguidores.
O Brasil estava iniciando as mudanças para adaptar-se as exigências da 3ª Conferência Supremos Conselhos do Rito Escocês Antigo e Aceito realizada em Lausanne entre 29/05/1922 à 02/06/1922. Foi lá que iniciou a derradeira exigência para que os Supremos Conselhos fossem independentes. Sendo o Supremo Conselho o legítimo detentor do Rito Escocês perante os outros 35 Supremos Conselhos no mundo as quais, durante anos, Mário Behring manteve profícuo relacionamento.
Da cisão criada por Bering no seio do Grande Oriente do Brasil, surgiriam as primeiras Grandes Lojas Simbolicas, as quais foram regularmente instaladas sob a autoridade de Cartas-Patentes Constitutivas outorgada pelo Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para a República Federativa do Brasil. Foram elas: Grande Loja da Bahia, fundada em 22V05/1927; Grande Loja do Rio de Janeiro, fundada em 22/06/1927; Grande Loja de São Paulo, fundada em 29.07.1927; Grande Loja da Paraíba, fundada em 24/08/1927; Grande Loja do Amazonas, fundada em 24/06/1927; Grande Loja de Minas Gerais, fundada em 26/09/1927; Grande Loja do Rio Grande do Sul, fundada em 08/01/1928; Grande Loja do Pará, fundada em 28/07/1927; Grande Loja do Ceará, fundada em 19/03/1928.
A partir da fundação das citadas grande lojas e com o apoio do Supremo Conselho de Bering, foram fundadas outras grandes lojas autônomas e independentes em todos os estados da federação brasileira.
As lojas adonhiramitas que aderiram as Grandes Lojas passaam a praticar o Rito Escoces Antigo e Aceito. O Oficina chefe sofreu uma perda irreparável com a fundação das grandes lojas brasileiras.
Outras Cisões na Maçonaria Brasileira
A maçonaria mineira e paulista rompem novamente com o Grande Oriente do Brasil. Cisoes estas, que foram apagadas dos anais da história da maçonaria mineira e paulista. Os autores e pesquisadores maçonicos desconhem ou omitim esses fragmentos da história. Foram dezenas de lojas que deicharam as fileiras do Grande Oriente do Brasil para constutuir novos corpos autônomos entre 1944-1948.
Precizamnte em 12/09/1944, no oriente de Belo Horizonte, MG, reuniram-se maçons membros das lojas "Deus, Humanidade e Luz" "12 de Setembro", "21 de Fevereiro", "Major João Pereira", "Hirã", "Caridade e Justiça" com o objetivo de romper com o Grande Oriente do Brasil e constituir um novo corpo maçônico naquele estado. Aprovado a fundação, o novo corpo passou a ser denominado de Grande Oriente de Minas Gerais, tendo como seu primeiro Grão-Mestre, o Cel. José Persilva.
Seguindo o modelo de São Paulo, precisamente em 30/08/1957, o Grande Oriente de Minas Gerais (autônomo), atraves do Decreto n° 1.789, começava as tratativas para ser incorporado no Grande Oriente do Brasil. Precisamente em 08/11/1960, foi celebrado um convênio de incorporaçãode dois grandes orientes de Minas Gerais. Atraves do Decreto nº 1877, de 17/12/1960, o Grande Oriente de Minas Gerais foi incorporado no Grande Oriente Estadual de Tiradentes Minas Gerais. Esse novo grande oriente, resultado da fusão, passou a ser denominado de Grande Oriente Minas Gerais.
Em 1948, em São Paulo, com a proposta da construção do Palácio Maçônico do Grande Oriente de São Paulo - GOSP, os maçons alteram-se os ânimos, 50 Lojas sob a liderança do Dr. Jurandir Piures Ferreira dentre outros maçons, tais como: Dr. Fenelon Barbosa, Astolfo Monteiro de Abreu, José de Farias, Jarbas Neves de Assunção, Verdi Marra, Afrânio de Oliveira, Oseas Motta, Gerando Ocura, Manoel Alves Leite, Feliz Catalano, Manoel Fernandes da Costa, Antenor Aires Vianna, Edison de Carvalho Gomes, Afrâncio de Oliveira Motta e Jorge Firmino de Santana (Diario da Noite, Ano 1948/Edição 07249); deixam o GOSP e fundaram no dia 13/03/1948, o "Grande Oriente Unido" e seu Soberano Supremo Conselho. A administração provisória da nova potência ficou sob o comando e direção do grão-mestre provisório nomeado, Dr. J. B. Osmane Vieira de Rezende, servindo como Secretário e Orador, respectivamente, Dr. José Benedito de Oliveira Bomfim e Dr. Domiciano Pedreira. Em 22/12/1956, através do Decreto 1767 e Ato Complementar 2.479, o Grande Oriente Unido com suas 52 lojas paulista é incorporado ao Grande Oriente do Brasil conforme publicado no Boletim nº 82/Edição/1957.
Em Minas Gerais foi fundado o Grande Oriente de Tiradentes e seu Supremo Conselho. Em 05/06/1953, esse grande oriente foi incorporado ao Grande Oriente do Brasil, passando a ser denominado de Grande Oriente Estadual de Tiradentes Minas Gerais. Mais tarde, funde-se com o Grande Oriente de Minas Gerais.
Em 1973 ocorreu uma das maiores cisões na maçonaria brasileira, surge então, os Grandes Orientes Independentes, atualmente (COMAB) voltando a enfraquecer o rito. Esses Grande Orientes trabalhavam no Rito Escocês Antigo e Aceito.
As Idas e Vindas do GOSP
Nilo Procópio Peçanha tomar posse em 1917 como grão-mestre do GOB e a crise na maçonaria paulista volta novamente. Conforme relatam documentos históricos arquivados na Biblioteca Nacional, logo após sua posse, os ânimos dos maçons paulistas se alteraram (1917-1921), quando teve início uma série de eventos que levariam novamente a uma possível dissidência da maçonaria paulista.
De acordo com José Castellani e outros escritores, em 1921, o Grão-Mestre Estadual do Grande Oriente Estadual de São Paulo, Dr. José Adriano Marrey Júnior, convocou uma reunião com as 65 Lojas paulistas para decidir as atitudes que deveriam ser tomadas sobre uma nova cisão, votando a proposta de Marrey Júnior de retirar o Grande Oriente Estadual das fileiras do GOB. Das 53 Lojas participantes dessa reunião, apenas a Loja Piratininga votou contra a separação, justificando seu voto e retirando-se da reunião. A cisão ocorreu, e GOSP torna-se autônomo novamente. O Poder Central reagiu violentamente, declarando pelo Decreto nº 694, de 27/10/1921, a suspensão do Grande Oriente do Estado de São Paulo e cassação das Cartas Constitutivas das lojas dissidentes.
Em 1928, Dr. Marey Jr. e Octávio Kolly celebram um novo acordo para o retorno do Grande Oriente de São Paulo ao GOB, entretanto, só foi reincorporado definitivamente quando da assinatura do Decreto nº 939, de 11/05/1929, tornando-a novamente potência estadual onde permaneceu ate 2018, quando se desfederalizou, tornando-se novamente autonoma.










Comentários