GENERAL APARÍCIO SARAIVA

Político, militar e caudilho do Partido Blanco do Uruguai. Nasceu em Santa Clara de Olimar, à época pertencente ao departamento de Cerro Largo, Uruguai, em 16 de agosto de 1856. Filho de Francisco Saraiva Caneda e Propicia da Rosa. Contraiu núpcias em 1877 com Marido de Cândida Díaz Suarez e com ela teve os seguintes filhos: Aparício Saraiva Diaz; Nepomuceno Honorato Saraiva Díaz; Ramón Saraiva Diaz; Villanueva Saraiva Diaz e Mauro Saraiva Diaz.
Ele foi criado e educado principalmente no campo, mas também teve algum ensino superior. Com a morte de seu pai, os irmãos Saraiva herdaram uma vasta propriedade, em Estância El Cordobés, no departamento de Cerro Largo, na fronteira com o estado do Rio Grande do Sul. Desde as fronteiras entre Brasil e o Uruguai não estava claramente delineado, os irmãos Saraiva tinham laços muito estreitos com o Rio Grande do Sul e seus movimentos revolucionários.
Aparício Saraiva iniciou suas atividades militares ainda muito jovem. Acredita-se que ele tenha participado do Revolução das Lanças (Revolución de las Lanzas) (1870-1872), liderado por Timóteo contra o governo de Lorenzo Batlle y Grau, o pai de José Batlle y Ordóñez, que mais tarde seria um rival político.
Em 1875, com dois de seus irmãos, participou da Revolução Tricolor (Revolución Tricolor) sob Ángel Muniz.
Gumercindo Saraiva, Irmão mais velho de Aparício Saraiva, teve grande participação na revolução federalista no Rio Grande do Sul. Os irmãos Saraiva lideraram uma força de 400 uruguaios lanceiros que carregava um banner que dizia Defensor da lei (Defensor da Lei), que vinha sendo utilizado por Manuel Oribe no Batalha de Carpintería, que levou à criação do Partido Nacional.
Gumercindo Saraiva morreu em 1894, e Aparício Saraiva assumiu as forças revolucionárias com o posto de General. Ele e seus voluntários uruguaios lutaram no Batalha de Passo Fundo. Embora a revolução tenha começado a fracassar em 1895, Aparício Saraiva não só conquistou o posto de general, mas também grande prestígio como os jornais de Montevideo que vinha cobrindo suas façanhas.
Com os problemas entre o Partido Colorado e o Partido Branco, em 1895, Aparício Saraiva foi a Montevidéu como representante de Cerro Largo tomar pé da situação, e em novembro de 1896, começou a agitar pela revolução. No entanto, as tropas do governo moveram-se contra os revolucionários, que se dispersaram como resultado. Em março de 1897, Aparício Saraiva liderou uma força revolucionária contra o governo uruguaio na fronteira com o Brasil em Aceguá, enquanto Diego Lamas liderou outra força da Argentina em Colônia e José Núñez liderou outro em Conchillas. As forças de Aparício Saraiva foram derrotadas em Cuchilla del Arbolito, no departamento de Cerro Largo. Antônio, irmão mais novo de Saraiva (chamado el chiquito Saraiva) morreu nesta batalha. Idiarte Borda foi assassinada por Avelino Arredondo e Juan Lindolfo Cuestas tentativa de reconciliação com o Partido Blanco no Pacto de La Cruz (Pacto de La Cruz) em 18 de setembro de 1897. Em dois anos, Lindolfo Cuestas cedeu a presidência à José Batlle y Ordóñez numa base provisória. Aparício Saraiva serviu como líder da oposição nessa época, contando com o apoio de seu próprio exército. Ele serviu como um segundo líder do país de facto, com José Batlle y Ordóñez chefiando o governo em Montevidéu e Saraiva liderando as forças revolucionárias no campo. Saraiva agitou pela revolução mais uma vez, mas uma guerra civil foi evitada por uma missão diplomática, o que resultou em um novo pacto assinado em Nico Pérez em 22 de março de 1903. No entanto, Saraiva posteriormente acreditou que o Pacto de La Cruz havia sido novamente violado, e a guerra irrompeu em 1904 entre as forças do governo e os saravistas ou Saravians. Houve batalhas em Mansavillagra (14 de janeiro), Illescas, Departamento de Lavalleja (15 de janeiro), e em Tupambaé (24 de junho). A batalha decisiva, no entanto, ocorreu em Masoller (10 de setembro de 1904). Saraiva foi mortalmente ferido nesta batalha após atacar à frente de suas tropas. Ele foi baleado no abdômen com um Mauser bala; seus companheiros conseguiram levá-lo através da fronteira para o Brasil, para uma fazenda chamada Carovi perto Santiago, Rio Grande do Sul. Ele ficou em agonia por 10 dias, sofrendo de peritonite, antes de morrer por suas feridas. Com sua morte, a Revolução Saraviana fracassou e, em 24 de setembro de 1904, foi assinada a Paz de Aceguá, que finalmente trouxe estabilidade ao Uruguai. A Revolução Saraviana foi a última guerra civil na história do Uruguai. Ele foi enterrado no cofre funerário da família brasileira de Pereira da Souza, mas em 1921 seus restos mortais foram transferidos por Luis Alberto de Herrera para o cemitério de Buceo em Montevidéu. Eles foram então transferidos para Santa Clara de Olimar, onde foi enterrado ao lado de sua família.
Há relatos que Aparício Saraiva pertenceu a maçonaria, possivelmente, membro da antiga Respeitável Loja Restauracion (que tinha se deligado do GOU), infelizmente, sem documentação que comprove sua veracidade. As cartas enviadas a Jôca Tavares e Gaspar da Silveira Martins, assinava como Cavaleiro Rosa-Cruz, além de parágrafos com expressões tipicamente maçônicas. Na Revolução Federalista sabe-se que foram formadas Lojas ocasionais nas trincheiras dos Maragatos sob a liderança do Gen. Jôca Tavares e outros maçons, sendo possível sua participação. O que sabemos é que ele lutou e viveu na companhia de grandes maçons brasileiros, uruguaios e Argentinos, dentre eles: General Joca Tavares; Conselheiro Gaspar da Silveira Martins; Francisco Espinola Aldana; dentre outros.