RAMIRO LUIZ DE OLIVEIRA PIMENTEL
Funcionário público, jornalista, maçom liberal. Nasceu na cidade de Areias, SP, em 31 de dezembro de 1851. Filho de Tenente-Coronel Antônio de Oliveira Pimentel (seu pai faleceu em 20 de março de 1880 na cidade de Ribeirão Preto) e de D. Claudiana do Carmo Pimentel. Com a baixa produção de café em sua cidade natal, com 20 anos de idade, veio com seus pais visitar em seus parentes que residiam em São Simão em 1872. Gostando do clima e da prosperidade da região do sertão paulista, seus pais resolveram se estabelecerem em Ribeirão Preto. O Tenente-Coronel Pimentel, já na reserva da Guarda Nacional (findo da Guerra do Paraguai), montou uma Botica (farmácia de manipulação) denominada “Pimentel e Cia”. Em 1872, Ramiro Pimentel por influencia politica de seu pai, começou sua vida profissional como coletor de imposto; depois, agente dos correios e telégrafos de Ribeirão Preto, sendo exonerado do cargo em 28/02/1887. Assumiu o cargo de secretário do Tabelionato de Ofício de Notas do Cartório do Juizado de Órfão. Assumiu também, os cargos de vereador da câmara de Ribeirão Preto e presidente na legislatura 1887-1890 de Ribeirão Preto. Em 1896 foi nomeado tabelião do 1º Ofício de Igarapava. Após a morte Tenente-Coronel Pimentel, ele e seus irmãos, herdaram a farmácia e alguns imóveis na cidade, os menores passaram a receber o soldo do império por indenização de guerra do Coronel Pimentel. Contraiu núpcias com D. Escolástica Pimentel, tendo com ela os seguintes filhos: Professor Ramiro Pimentel Filho; Rubens Pimentel; Francisco Pimentel; Octácillio Pimentel; Hermengarda Pimentel, e; Juliete Pimentel. Tentou a carreira como escritor e artista lançando um jornal regional chamada "A Lucta", em 07 de setembro de 1884, patrocinado por políticos imperialistas locais. O jornal era recheado de sonetos e assuntos charadísticos, tinha poucas notícias locais e não combatiam a monarquia e nem a burguesia escravocrata, não chegando nem a cumprir seu papel de veículo de informação da época, não sendo jornalismo opinativo e de luta, só tinha o nome. O jornal circulou alguns anos e não se sabe o motivo de seu fechamento. Na maçonaria foi iniciado em 1873, na Loja Maçônica Amor e Caridade e elevado nos graus filosóficos em 1875. Assumiu o cargo de secretário da loja de 1876- 1878, quando Dr. Henrique Carlos da Costa Márquez foi Venerável Mestre. Por questões partidárias, resolveu sair do quadro de obreiros no final do ano de 1885, ajuntando-se com meia dúzia de obreiros dissidentes que tinham o mesmo propósito, dentre eles: José Gomes Amorim, Moysés Fernandes do Nascimento, Louzada, Euzébio, Jacob, França, Pedro Batalha, João Brandão Velludo, Zimbres e outros. Fundou na sua própria residência uma nova oficina denominada Loja Maçônica Estrella D´Oeste, filiando-se ao Grande Oriente do Brasil do Lavradio, sendo regularizada ainda em sua residência no findo de 1887. Com menos de cinco anos de existência após sua regularização, já funcionando na antiga sede da Loja Capitular Amor e Caridade, na Rua do Comércio, 68, houve a primeira dissidência da Estrela D´Oeste. Capitaneado por Dr. Francisco Augusto Cesar e Capitão Amorim, diversos obreiros se se desligaram da Loja Maçônica Estrella D´Oeste e fundaram uma nova oficina na cidade, denominada Loja Maçônica Macedo Soares nº 461 e seu Capítulo, vindo a Loja a ser regularizada em dezembro de 1893; ainda no mesmo ano outra divisão, a Loja Maçônica Força e Justiça; três anos seguintes, a Loja teve outro divisão, desta vez, foi fundada por outro grupo a Loja Maçônica Integridade Pátria; outros divisões continuaram a acorrer nos anos seguintes. Ramiro Pimentel faleceu dia 23 de setembro de 1907, com 56 anos de idade, infectado pela febre amarela, não deixando na cidade de Ribeirão Preto e nem em sua cidade natal nenhum legado que se tenha conhecimento. Ao contrario do que se afirma Ramiro Pimentel nunca pertenceu ao corpo da Guarda Nacional, não participando dos Voluntários da Pátria, alguns autores fizeram confusão com a patente de Tenente-Coronel de seu pai Tenente-Coronel Luiz Ramiro Pimentel, que tinha o mesmo nome. Em 1889, colou o grau 32 e no ano seguinte o grau 33. No ano de 1889, fundou o Capitulo Estrella D’Oeste, conforme noticiado no Boletim do Grande Oriente do Brasil: Jornal Official da Maçonaria Brasileira, Publicação Mensal, Ano 1889\Edição 00003, sendo regularizado em maio do mesmo ano. Em 1952, através do Ato 267, o Prefeito Alfredo Condeixa Filho, homenageou diversos jornalista e artista da cidade, dando seus nomes a diversos logradouros públicos, dentre eles, Ramiro Pimentel, na Vila Amélia.
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